sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Em busca do profissional ideal


O fator humano é a alma de toda empresa – é o movimento, a criatividade, a capacidade de fazer sucesso. A empresa que investe em seus funcionários está investindo em si mesma – e só tem a ganhar com isso!

Uma pessoa competente é aquela que tem conhecimentos profundos sobre um determinado assunto, o que a torna capacitada para realizar de maneira correta e satisfatória o seu trabalho. Alguém qualificado para fazer aquilo que se propõe a fazer. E, muito importante, alguém que realmente quer fazer bem feito aquilo que tem a fazer.
Essas pessoas parecem fazer parte de uma espécie em extinção. Todos os dias nos deparamos com pessoas desmotivadas, mal humoradas, ou cuja qualificação as torna absolutamente incapazes de realizar satisfatoriamente o trabalho para o qual foram contratadas. E não admira que estejam desmotivadas e mal humoradas, pois lidam diariamente com a frustração de não serem capazes de alcançar o desempenho que delas se espera. Quem agüenta com um sorriso uma enxurrada de reclamações? Talvez no primeiro dia, e no segundo, enquanto a satisfação de ter finalmente conseguido um trabalho mascara toda e qualquer dificuldade. Mas quando a rotina toma o lugar da novidade, a reação das pessoas ao serviço oferecido começa a pesar – e muito.
Quando damos a uma criança um brinquedo de montar que não é adequado à sua idade, ela tenta, não consegue, e passa a achar que o fracasso é um problema dela, quando na verdade seu desenvolvimento físico ou mental ainda não foi suficiente para aquele nível de desafio. Deve-se exigir de cada um aquilo que ele está apto a dar, pois aí sim podemos nos focar na precisão e na qualidade do projeto. Pedir que uma pessoa traduza um texto em japonês quando ela não fala japonês suficiente não é razoável. Exigir um nível de trabalho alto a pessoas que não têm qualquer preparo, apenas porque aceitam um salário mais baixo, também não é.
Em se tratando de serviços, e da baixa qualidade que está se alastrando alarmantemente neste setor, o que parece é que cada vez mais se contrata profissionais com base na remuneração que aceitam, e não na capacitação que apresentam. Um bom serviço pode custar mais caro, mas um serviço ruim espanta a clientela, e gera mais prejuízo a longo prazo. Os próprios profissionais também vão se desanimando, pois passam a lidar diariamente com um problema que não são capazes de resolver, e logo começam a achar que não ganham o bastante levando em conta as pressões que precisam enfrentar.
Essa mentalidade precisa mudar – qualidade depende de competência, não apenas nos patamares mais altos de uma empresa. Para que o sistema funcione corretamente e tenha condições de crescer é necessário que as pessoas certas estejam nos lugares certos, ocupando posições para as quais estão bem preparadas. Vencer desafios pressupõe que se coloque na água um bom nadador, para que treine e se torne um campeão. E não jogar na água alguém que nem sabe nadar, e ficar torcendo para que não se afogue. Acabam por afogar-se todos – aquele que está na água, e aquele que o empurrou...
Comentários do tipo: “Naquele restaurante o serviço é ótimo, porque você é super bem tratado!” simplesmente não deveriam existir. Quem é que vai a um restaurante para ser mal tratado?! A cortesia é parte essencial do serviço. Assim como a qualidade da comida é essencial ao produto oferecido, já que ninguém vai a um restaurante para comer um prato mal preparado, com ingredientes vencidos ou ruins.
Cada um de nós tem seus dons e seus talentos, cada um tem um papel a desempenhar. E quando se escreve a história do mundo, todas as atividades se justapõem e se encaixam perfeitamente. Como em uma sinfonia, cada instrumento tem seu momento e deve ser tocado com perfeição – seja o tempo todo, seja uma única vez em toda a peça. Encontrar a pessoa certa para o cargo pode ser um grande desafio, mas não é uma etapa do trabalho que possa ser simplesmente ignorada, ou mal interpretada. Para o motor funcionar corretamente, com bom desempenho e segurança, não podemos simplesmente substituir um parafuso que não encontramos imediatamente por um pouco de cola...
Há grandes profissionais espalhados por aí, assim como pessoas cujo potencial pode e deve ser bem aproveitado por aqueles que têm visão e podem oferecer um bom treinamento. O fator humano é a alma de toda empresa – é o movimento, a criatividade, a capacidade de fazer sucesso. A empresa que investe em seus funcionários está investindo em si mesma – e só tem a ganhar com isso!
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A autora é escritora, Bacharel em Direito pela Universidade Mackenzie, graduada em Teoria da Comunicação pela Universidade Mackenzie, pós-graduada em Teoria da Comunicação pela Fundação Cásper Líbero na área de comunicação e produtividade, consultora em Comunicação Empresarial e Relacionamento Profissional do Centro de Orientação, Atualização e Desenvolvimento Profissional (COAD) com mais de 450 artigos publicados. É autora do livro "Crianças podem voar", publicado pela Editora Internacional

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