sábado, 14 de janeiro de 2012

Os 10 Erros Mais Cometidos pelos Novos Gerentes

Gerenciar pode ser um pouco difícil no início. Uma pesquisa recente concluiu que mais de 50% dos gerentes receberam ZERO de treinamento antes de serem lançados na função. Segue uma lista dos erros mais comuns que os novos gerentes cometem. Quem sabe assim você não terá a chance de evitá-los?
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(À propósito, se você acha que esqueci de algum, utilize o link “Deixe um Comentário” ao final para adicionar um novo).
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1. Considerar que você sabe tudo.

Se você acabou de ser promovido a Gerente de Produção,  você pode achar que sabe tudo sobre produção. Mesmo que isso seja verdade – e não o é – você certamente não sabe tudo sobre a parte mais importante do seu trabalho: gerenciar pessoas. Ouça as pessoas ao seu redor. Pergunte a opinião delas quando apropriado. Mantenha a mente aberta.

2. Mostrar a todos quem está no comando.

Confie em mim, todos no seu time sabem quem é o novo gerente. Você não precisa dar um grande show sobre o fato de ser “o chefe”. Entretanto, o que você precisa sim é demonstrar que, como chefe, você faz a diferença.

3. Mudar tudo.

Não re-invente a roda. Só porque a forma como alguma coisa é feita não é a forma como você faria, isso não siginifica necessariamente que está errada. Aprenda a diferença entre “diferente” e “errado”.

4. Ter medo de fazer qualquer coisa.

Talvez você não tenha solicitado essa promoção. Talvez você não esteja certo que pode dar conta do trabalho. Mas não permita que isso faça com que você não exerça sua função da melhor maneira possível.  Seus superiores não teriam colocado você nela se eles não tivesse confiança que você pode dar conta do desafio.

5. Não dedicar tempo para conhecer o seu time.

Talvez você  tenha trabalhado lado a lado com estas pessoas durante anos. Mas isso não significa que você as conhece. Entenda o que os estimula, como  motivá-los, o que os deixa apreensivos ou preocupados. Conheça-os individualmente, porque essa é a única forma pela qual você pode eficazmente gerenciá-los.  Seu time é o que vai fazer com que você se saia bem ou se arrebente no desafio de ser um bom líder. Dê-lhes a sua atenção e o seu tempo.

6. Não perder tempo com o seu chefe.

Desde o momento em que te promoveu, ele certamente compreende como você tem estado ocupado e obviamente não precisa do seu tempo, certo? Errado! Seu trabalho, da mesma forma como era antes de você virar um gerente, é apoiar seu chefe. Se assegure que você dedica tempo com ele para que ambos possam trocar informações e para receber direcionamento e treinamento.

7. Não se preocupar com problemas ou com funcionários problemáticos.

Você não pode mais evitar problemas ou ter a esperança que eles vão se resolver sozinhos. Quando alguma coisa aparece, é a sua função descobrir a melhor solução e fazer com que ela seja executada. Isso não significa que você não pode pedir opinião ou apoio dos demais, mas significa sim que você é a pessoa que tem que garantir que a questão está sendo devidamente endereçada.

8. Não se permitir ser humano.

Só porque você é o chefe não significa que você não pode ser humano, que você não pode rir, ou demonstrar emoções, ou mesmo cometer um erro ocasional.

9. Não proteger seu time.

As pessoas no seu time vão receber pressão de todos os lados. Outras áreas podem querer culpar você por interfaces frágeis . Seu chefe pode querer jogar todas as funções desagradáveis no seu departamento.  O RH pode decidir que o nível salarial das posições classificadas na sua área está super-estimado. É sua função defender o seu time e se assegurar que eles são tratados da forma mais justa possível. Eles vão saber retribuir a lealdade.

10. Evitar responsabilidade por qualquer coisa.

Goste ou não, como gerente você é responsável por tudo o que acontece no seu time, não importa se você  está a par ou não. Qualquer coisa que qualquer integrante do seu time faz, ou não faz, cai no seu colo. Você tem que construir canais de comunicação de forma a que não haja surpresas, mas de qualquer forma, esteja preparado para assumir responsabilidade. Não tem jeito: ela vai de mãos dadas com a autoridade conquistada.

Dê Feedback Negativo Adequadamente

Mantenha suas emoções sob controle. Você não quer criticar as iniciativas de alguém quando está zangado ou transtornado. Provavelmente você vai acabar falando algo que não queria ou reagindo inadequadamente em relação a algo que é dito a você.
  1. Encontre um local privado. Ninguém quer receber  feedback negativo na frente dos outros. Algumas vezes isso é inevitável, mas isso deve ser a última saída. Faça uma reunião na sua sala, ou chame a pessoa numa sala de reunião disponível, ou ainda aproveite o refeitório se estiver vazio.
  2. Foque nas ações dela, não na pessoa em si. Você cria uma barreira imediata quando critica o indivíduo. Ao invés disso, concentre-se naquilo que você quer mudar. Foque no desempenho dele.
  3. Seja específico. Não é bom dizer para alguém “Você tem uma atitude inadequada”. Você precisa identificar ações específicas que a pessoa tomou ou coisas específicas que ela disse se quiser que ela entenda.
  4. Seja oportuno. Feedback negativo deve ser dado assim que possível (logo após o incidente). Se você vê um funcionário ser grosso com um cliente, não espere até sua avaliação anual para dizê-lo. Quantos outros clientes ele terá tratado mal nesse meio tempo? Chame-o na sua sala imediatamente.
  5. Fique calmo. Não fale alto e grite.  A outra pessoa vai ficar na defensiva e não vai escutar o que você está tentando lhe dizer.
  6. Reafirme sua confiança na pessoa. Isto reforça o passo 3, mas aqui você diz que ainda tem confiança nele como pessoa e em suas habilidades: é apenas o seu desempenho que você quer que ela mude. Diga algo do tipo “você é um bom representante de nossa área de atendimento ao cliente, portanto tenho certeza que você vê a necessidade de ser mais paciente com nossos clientes”.
  7. Pare de falar. Depois de ter dito à pessoa que recentes ações (específicas) foram inapropriadas, e porquê, pare de falar. Dê a outra pessoa a chance de responder ou de refutar a sua afirmação. Ouça o que ele tem para dizer.
  8. Defina positivamente os próximos passos. Acorde em que desempenho futuro é adequado para o funcionário. Se há coisas específicas que o funcionário precisa começar a fazer, ou parar de fazer, se assegure que elas foram claramente identificadas. Se há algo que você precisa fazer, talvez assignar um treinamento adicional para o funcionário, acorde isso também.
  9. Siga em frente. Depois de ter dado o feedback negativo e acordado uma solução, siga em frente. Não cultive sentimentos de hostilidade com relação ao funcionário por causa do erro que ele cometeu.  Não paire sobre eles com medo que possam cometer outro erro. Monitore seu desempenho da mesma forma que você faz com os demais funcionário (e não fique obcecado).
Dicas:
  1. Dar feedback negativo nunca é fácil, mas se feito adequadamente não é desagradável.
O que você precisa:
  • Um local privado.
  • Uma mente calma.
  • Paciência.
  • Seu senso de humor.

Laura Não Trabalha Mais Aqui – Ao menos não a sua essência.

Recebi um email muito interessante de um colega meu que é um minucioso observador das práticas e dos comportamentos dentro das organizações em que trabalha. É uma narração bastante emblemática do que cada vez mais ocorre dentro das empresas. Veja só:

“Contratei Laura há um par de anos. Sua bagagem técnica, somada à sua habilidade para fazer as coisas acontecerem, fez dela a escolha ideal para assumir a posição de gerente de projetos na minha equipe.

Mudanças À Vista

As coisas mudam. Seis meses mais tarde, a empresa foi reestruturada e minha equipe foi desmantelada e dividida entre várias outras. O time de talento que construí foi incorporado em outras equipes para ajudá-las a crescerem. Laura foi alocada num grupo onde suas habilidades eram realmente demandadas. Ela se encaixou perfeitamente e imediatamente se tornou uma integrante produtiva nesta nova equipe.

E Mais Mudanças…

Mais mudanças. Essa nova equipe foi dissolvida. Seu novo chefe foi demitido. Laura foi transferida para um outro time. Desta vez, ela não se encaixou tão bem no grupo. Outros integrantes da equipe tinham as mesmas habilidades dela, portanto o que ela oferecia era mais redundante do que propriamente um talento único. Seu novo chefe a designou para uma tarefa que não estava alinhada com o seu perfil. Ela se esforçava sobre a mesma, mas não alcançava um desempenho à altura do seu padrão usual.
Semana passada, eu a vi. Laura estava do outro lado do saguão, longe demais para que pudesse falar com ela. Entretanto, sua linguagem corporal falava alto e era muito clara. Sua cabeça estava baixa. Seu sorriso a havia abandonado. Aquela vívida elasticidade sumira de seus movimentos. Mesmo para o nosso estilo casual, suas roupas pareciam pouco profissionais. A mulher talentosa, motivada e vencedora que eu havia contratado havia se transformado numa robô desmotivada.

Sem Mudanças

É realmente triste ver a Laura desta forma. Ela é uma boa mulher e estou seguro que se sente mal por não ter tido habilidade o suficiente para lidar com a tarefa a qual foi designada. Entretanto, Pablo, é pela nossa empresa que me sinto triste. Eles perderam a funcionária brilhante, comprometida, que dá duro e com competência de fazer muitas coisas bem acima da média.
Ao invés de utilizar esta funcionária fora-de-série numa posição onde pudesse se superar, a empresa a deslocou para um lugar onde ela fracassou.  Ao invés de realocá-la de volta para sua posição original ou experimentá-la numa nova função, a empresa a deixou onde está e efetivamente acabou rotulando-a como fracassada. Não tenho duvida alguma que Laura estará em breve numa outra empresa, tão logo consiga encontrar um posição adequada. Ela vai se dar bem lá. É uma profissional  com grande potencial. Nossa empresa não podia se dar o luxo de perder pessoas de talento, mas nós perdemos a Laura… Por enquanto, nós ainda contamos com a sua presença, mas sua essência não está mais conosco.”

Lidando Com Esta Questão

Imagino que você já vivenciou histórias semelhantes ou ao menos ouviu narrativas parecidas… A lição que quero dividir com você é simples. Encontre e recrute as melhores pessoas que puder. Coloque-as nos lugares onde elas podem dar o seu melhor e deixe-as fazer o trabalho para o qual foram contratadas. Ajude seu time a ter êxito e sua empresa terá êxito.  É simples… mas não é fácil.
Para ampliar o seu leque de respostas às diferentes situações, conte com um coach.

Cultura de uma empresa, cansei de ouvir – Afinal, o que é e como a administro?

Cultura Organizacional
Cultura são valores e comportamentos compartilhados pelos integrantes de um grupo. A cultura de uma empresa, portanto, são os valores e os comportamentos compartilhados entre os funcionários de uma determinada organização que são encorajados ou desencorajados ao longo do tempo.
A gestão dessa cultura é de vital importância pois ela pode construir ou destruir sua organização. Empresas com uma cultura adaptativa que está continuamente alinhada  com suas metas de negócio superam seus concorrentes  rotineiramente. Alguns estudos inclusive apontam a diferença obtida em 200% ou mais. Para alcançar resultados como esses para sua organização, você tem que obrigatoriamente:
  • descobrir qual é a sua cultura;
  • decidir como ela deveria ser;
  • mobilizar todos na direção desta cultura desejada.
E por que as culturas das empresas evoluem e mudam ao longo do tempo?
1 – Porque à medida em que gerentes e funcionários saem da empresa, e outros são contratados para substituí-los, a cultura  da empresa muda. Se a cultura for forte, talvez não mude muito. Entretanto, considerando que cada novo gerente e cada novo funcionário trazem consigo seus próprios valores e comportamentos para o grupo, ela muda (ao menos um pouco).
2 – Porque à medida em que a empresa amadurece de uma start-up para uma organização mais “estabelecida”, a cultura muda.
3 – Porque à medida em que o ambiente no qual a empresa opera (as leis, os regulamentos, o clima do mercado, etc.) muda, a cultura da empresa também muda.
Essas mudanças talvez sejam positivas, talvez não. Elas podem ser intencionais, mas geralmente são acidentais. Elas podem ainda ser grandes ou pequenas… O importante – no final das contas – é saber:
1-  Que a cultura organizacional vai mudar.
2 – Que é bom estar consciente destas mudanças.
3 – Que algo pode ser feito para gerenciar a cultura neste contexto de transformação, mantendo um contínuo alinhamento com os imperativos estratégicos da empresa.

Avalie a Cultura da Empresa (existem comportamentos prejudicando a estratégia do negócio?)

Existem muitas formas de avaliar a cultura de sua empresa. Inclusive através de uma boa consultoria. A forma mais fácil de diagnosticá-la é olhar ao redor. Como os funcionários da empresa agem? O que eles fazem? Procure pelas fontes que promovem estes comportamentos comuns (mensagens emitidas, símbolos e rituais visíveis, sistemas e processos).
Ouça. Ouça seus funcionários, seus fornecedores e seus clientes. Preste atenção no que é escrito sobre a sua empresa, tanto no papel quanto on-line. Isso também vai lhe dar pistas sobre como realmente é a cultura de sua empresa.

Determine A Cultura Desejada para a Empresa (como precisamos que as pessoas se comportem para atingir nossa estratégia?)

Antes de mudar a cultura da empresa, você tem que decidir como quer que ela seja no futuro. Diferentes empresas em diferentes segmentos terão diferentes culturas. Considere qual é o tipo de cultura que vai ser a melhor escolha para a sua empresa, levando em conta o futuro almejado. Reavalie sua missão, visão e valores e se assegure qua a cultura que você está desenhando vai oferecer o suporte adequado ao que você deseja.
Aqui seguem algumas características de culturas organizacionais que tem sido utilizadas com sucesso. Decida quais funcionam para sua empresa e implemente-as.
  • Clareza de propósito.
  • Comprometimento dos funcionários.
  • Funcionários completamente auto-suficientes.
  • Ambiente de trabalho altamente íntegro.
  • Sólidas relações de confiança.
  • Liderança altamente efetiva.
  • Sistemas e processos efetivos.
  • Remuneração baseada em mérito e programas de reconhecimento.
  • Foco no cliente.
  • Comunicação efetiva 360º.
  • Compromisso com o aprendizado e o desenvolvimento de competências.
  • Ênfase no recrutamento e na retenção de funcionários fora-de-série.
  • Alto grau de adaptabilidade.
  • Alto padrão de responsabilidade.
  • Suporte explícito à inovação.

Alinhe a Cultura da Empresa (Como administrar a cultura que irá apoiar e valorizar estes comportamentos?)

Você precisa alinhar a cultura de sua empresa com seus imperativos estratégicos (se é que ainda não estão alinhados) e manter este alinhamento continuamente (checando possíveis lacunas periodicamente).
  • Desenvolva um plano de ação específico, que possa alavancar os pontos positivos de sua cultura atual e corrigir as áreas desalinhadas.
  • Aprimore, por meio de brainstorms, suas políticas formais e hábitos do dia-a-dia.
  • Desenvolva modelos dos comportamentos e atitudes desejadas.
  • Consolide um Plano Estratégico Para Gestão da Cultura e monitore rigorosamente todas as suas etapas de implementação.
  • E, finalmente, engaje continuamente a liderança para que a nova cultura seja reflexo das suas ações, alinhando discurso e prática.

3 Maneiras de Avaliar o Quanto um Candidato se Encaixa na Cultura Organizacional

45% dos Seus Talentos Querem Sair. Veja Como Segurá-los” 

Vários especialistas em seleção e recrutamento recomendam que, ao contratar, se leve em primeiro lugar as atitudes do candidato e, em segundo, as suas habilidades técnicas. A teoria é que você pode treinar competências, mas não valores. E, cá entre nós, o que as empresas necessitam são funcionários que se entrosem com seus valores fundamentais. Aqui seguem 3 maneiras de avaliar se um candidato vai se entrosar com os seus:

  1. Observe as interações. Os candidatos podem dizer que possuem os valores da companhia mas, ao invés disso, será bem melhor se eles puderem mostrá-los ao vivo e à cores. Peça aos entrevistados que participem de exercícios em grupo, ou que interajam com seus funcionários, a fim de checar se demonstram tais valores em situações quase que reais.
  2. Seja claro sobre a sua cultura. Seja franco e honesto sobre como as coisas realmente são dentro da sua empresa. Alguns candidatos vão sair pela tangente ao sentirem que de modo algum se encaixam nela.
  3. Busque os valores separadamente. Quando possível, avalie a questão dos valores utilizando um processo distinto. O mais provável é que você capte alguma coisa que teria perdido caso tentasse simultaneamente checar valores e habilidades técnicas.

A Geração Y Está Dando Uma Banana Para Você

A Geração Y Está Dando Uma Banana Para Você


Há um par de meses, publiquei aqui um artigo muito interessante do Julio Vasconcellos, fundador do site de compras coletivas Peixe Urbano, sobre a importância da cultura como aliada na concretização de um sonho (A cultura da empresa é tudo; sem ela, não temos motivação, não temos coesão, não temos nada). Desta vez, tomo a liberdade de compartilhar o artigo do Alexandre Hohagen, responsável pelas operações do Facebook na América Latina, onde ele fala sobre os talentos da geração 80 e o que eles querem.
Destaco a excelente reflexão contida no texto abaixo, publicado ontem na Folha de São Paulo, pois se encaixa perfeitamente com o conteúdo que estarei apresentando no próximo dia 21 de Julho, no forum Gestão de Talentos em Ação, onde traremos à tona a gestão da cultura organizacional como uma aliada estratégica na retenção dos talentos necessários ao bom andamento do seu negócio.
Leia e compartilhe conosco o seu ponto de vista:
“CULTURA E A GUERRA POR TALENTOS
Se você é executivo, chefe, empreendedor, profissional antenado, atenção para duas realidades: estamos vivendo uma escassez de profissionais qualificados; e a geração Y, que nasceu na década de 80 e foi criada no mundo digital, está dando uma banana para as empresas que pensam que, para atrair e reter talentos, basta aumentar salários.
Essa geração, na verdade, quer muito mais do que isso, como mostrou pesquisa recente da Cia. de Talentos. Nela, 35 mil jovens em todo o país contaram o que querem na hora de escolher as empresas para trabalhar. Cultura e ambiente de trabalho, oportunidade de desenvolvimento e qualidade de vida vêm acima da remuneração! Uma das ações mais fascinantes e ao mesmo tempo desafiadoras no mundo corporativo é como construímos e mantemos uma cultura de trabalho saudável e inspiradora.
Muitos dizem que a cultura é o reflexo do estilo de seu líder. Tenho pensado bastante em qual papel exercemos nesse tema.
Minha vida profissional foi acompanhada de experiências com a construção e a manutenção de culturas corporativas. É incrível como o ambiente de trabalho, o espírito de empreendedorismo, a capacidade de colaboração, o respeito e o desapego ao poder têm relação direta com a performance das pessoas e das empresas.
No Google, comecei com menos de meia dúzia de pessoas e dedicação na construção de uma cultura que contribuiu para que a empresa tivesse o sucesso e o reconhecimento que tem hoje. Um trabalho que foi construído passo a passo – não só pelo líder, mas por centenas de mãos que se juntaram a uma filosofia simples, direta, com tremendo foco nas pessoas e suas motivações, num ambiente equilibrado entre performance e diversão… tudo isso ao longo de mais de cinco anos.
Há algumas semanas, fui convidado para um curso de empreendedorismo cujo tema era liderança e cultura. Dúvida mais comum dos participantes: como construir uma cultura vencedora e como mantê-la à medida que a empresa cresce.
A manutenção da cultura é fator essencial na retenção de talentos, principalmente à medida que as empresas crescem, se tornam mais burocráticas, deixam de lado o equilíbrio entre metas e ambiente de trabalho, entre outras mudanças.
Interessante é que, num mundo cada vez mais competitivo, a guerra por talentos leva grandes empresas a focar suas armas mais nas questões financeiras do que no esforço de construir uma cultura inspiradora, balanceada, colaborativa.
Quiseram também saber o significado de culturas vencedoras e qual será o foco agora que estou montando a operação do Facebook na América Latina. A construção de uma organização tem de estar, acima de tudo, alinhada a seus valores éticos e morais. É básico e assegura à empresa sua sobrevivência, sua reputação e excelentes resultados.
Outro foco fundamental é na formação da equipe inicial. Uma das coisas importantes que aprendi na carreira é a importância de contratar as pessoas corretas no início.
Aqui os candidatos passam por ao menos cinco entrevistas, sempre com pessoas de diferentes times, para garantir a diversidade nas perguntas. Em alguns casos, fazem apresentações para um painel de executivos. Ao final, cada entrevistador sugere a contratação ou não. As decisões são colegiadas.
Mais importante do que o currículo ou as entrevistas é o alinhamento dos candidatos com a cultura que queremos construir. Muitas vezes, candidatos brilhantes academicamente não têm o perfil para trabalhar num ambiente informal e pouco hierarquizado, por exemplo.
No Brasil, vamos inovar trazendo uma equipe de jovens de diferentes locais, que já trabalham na empresa há alguns anos, para ajudar na integração e na cultura dos novos funcionários.
Como líderes num país tão dinâmico e promissor, entendo a responsabilidade que temos na formação de muitos profissionais. Trabalhar com respeito, desenvolver pessoas, construir culturas saudáveis está acima do nosso papel profissional.
É uma obrigação ética com as novas gerações.”

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O mito da responsabilidade social

Marketing é realmente simples, descubra o que seus consumidores querem e entregue a eles. Eles estão querendo empresas responsáveis, mas quem está entregando isso?
Os consumidores não querem que empresas troquem o papel comum pelo reciclato, eles querem algo que faça  que impacte de forma significativa o mundo em que elas vivem. O mundo está precisando de ajuda, as pessoas estão precisando de ajuda; e elas estão de saco de cheio de empresas que só querem tirar mais dinheiro delas e interrompê-las em seus momentos de lazer. Os consumidores querem empresas com propósito, que as ajudem a tornar o mundo um lugar melhor, e que facilitem o dia-a-dia atribulado do século XXI.
Responsabilidade social não tem a ver somente com o meio-ambiente, tem a ver com o bem-estar das pessoas que nele vivem. Esse é o mito. O que os consumidores querem não são mais árvores plantadas ou plástico reciclado, são empresas que pensam com a cabeça, não com o bolso.
Criar sentido é basicamente melhorar a vida das pessoas, e essa mudança acontece em 2 esferas: individual e coletivo.
  • Individual: Facilitar a vida, fitness, saúde, auto-estima, felicidade, satisfação, finanças, aprender coisas novas, valores, inclusão social, ajudar os outros, conectividade, parecer bem, sentir bem, melhorar habilidades, etc.
  • Coletivo: Reciclagem, transparência, responsabilidade social, ética, problemas ambientais, economia, trabalhos, relações de trabalho, problemas sociais, condições de trabalho, etc.
Esse é um dos novos desafios das empresas de hoje. De assunto limitado a empresas envolvidas em questões ambientais a empresas em geral. Responsabilidade social é um dever de todos, e está cada vez mais presente na lista de “desejo” dos consumidores, é o que mostra uma recente pesquisa com 50.000 pessoas em 14 países.
Se você trabalha com marketing, vai precisar estar por dentro de assuntos como meio-ambiente, sustentabilidade e ética porque esses assuntos não mais estão separados do como os consumidores se relacionam com as marcas. Eles querem muito mais do que produtos de alta-qualidade com preços justos e atendimento humano.
85% dos consumidores esperam que empresas se envolvam ativamente com questões sociais; o que é mais alarmante, é que esse número cresceu 15% só no último ano. Mas quantas estão engajadas com um mundo melhor? Você se lembra de alguma? Pelo menos no Brasil, 58% dos brasileiros não conseguem se lembrar de uma marca associada a preservação do meio-ambiente. Ou seja, se alguma grande empresa está investindo pesado na construção de uma marca verde, provavelmente está fracassando.
Há quem diga que as empresas só fazem ações sociais para aparecer e, assim, lucrar. Isso é tão clichê quanto superficial. Não chamamos de “negócios” a toa, empresas precisam ganhar dinheiro para existir — ajudar a economia crescer, empregar funcionários e gerar renda. Eu não tenho dúvidas de que existem empresas autênticas dirigidas por pessoas que se importam e fazem o que podem para melhorar a vida de todos. Os consumidores estão atentos a isso, premiando marcas comprometidas e punindo as irresponsáveis. Metade deles disseram optar pelas marcas mais responsáveis e até que pagariam 10% mais por produtos fabricados de forma mais responsável. O CEO da Havas Media Intelligence resumiu muito bem com a seguinte frase:
“Hoje em dia, nós queremos muito mais das marcas do que apenas promessas e histórias”.
Vale notar que, para empresas colherem os benefícios, são necessárias medidas em diversas áreas da empresa, desde a escolha da matéria-prima até a forma de distribuição, passando por embalagem, qualidade de vida dos funcionários e ações na comunidade. O problema com o pensamento “socialmente responsável” é que se pensa em ações, programas, que geralmente acontecem isoladas de outras atividades da empresa. Para funcionar, é preciso que seja algo holístico, um propósito que mova todos na empresa e sirva como base para as decisões da empresa como um todo.
Responsabilidade social não é ter que fazer, é querer fazer. É assustador ver que apenas 1 pessoa em 5 acredita nas informações divulgadas por empresas acerca de ações sociais/ambientais que estão realizando. Some isso ao fato de que 72% acham que as empresas não se esforçam o suficiente para mudar as coisas, sendo que 85% delas gostariam que as empresas o fizessem.
Você não vê uma grande oportunidade aí? Uma oportunidade incrível de melhorar o mundo e ainda lucrar. Tem algo melhor do que isso?

36 fatos interessantes sobre as pessoas

Como é possível querer influenciar o consumidor sem entender o comportamento  humano?
Das minhas dezenas de anotações feitas do livro  “100 Things Every Designer Needs to Know About People”, compilei 36 fatos interessantes sobre  pessoas comprovados em estudos e pesquisas. Tentei não entrar em detalhes, então se você quiser maiores explicações, deixe um comentário e eu tentarei explicar melhor.
  1. O cérebro recebe cerca de 40 milhões de inputs por segundo. Por isso, ele precisa funcionar como um grande filtro, do que é importante ou não, e criar modelos mentais que facilitam a nossa vida.
  2. As pessoas leem pulando letras.  (veja como funciona)
  3. Multi-tarefa não existe. O que acontece é que somos tão bons em trocar de tarefa e voltar para anterior que achamos que somos multi-tarefa.
  4. Ouvir, ler, falar e formar frases ativam partes diferentes do cérebro.
  5. A leitura é mais rápida em linhas de texto longas (100 caracteres), porém é mais prazeirosa em linhas curtas (45-72 caracteres) como a de um jornal.
  6. As pessoas conseguem lembrar no máximo 4 coisas por vez. Ex: 5130264085 é mais difícil de lembrar do que (51) 3026-4085.
  7. Repetição muda fisicamente as conexões do cérebro.
  8. É  mais fácil reconhecer algo do que lembrar.
  9. Pensar é a pior coisa que você pedir para alguém fazer. (entenda o porquê)
  10. As pessoas “pensam em nada” (ou em tudo) 30% do tempo, mas em certas atividades como dirigir pode chegar a 70%.
  11. O desempenho é  maior depois de uma sesta do que uma boa noite de sono.
  12. Temos “3 cérebros”. O novo é consciente, lógico e pensante. O do meio processa emoções. O antigo é focado em sobrevivência. Por questões de sobrevivência, o cérebro antigo é o mais rápido, percebe primeiro coisas como perigo, comida e sexo.
  13. Dopamina não é só responsável pela sensação de felicidade, mas também pela motivação, desejo, busca, curiosidade tanto de questões relacionadas à sobrevivência como comida, como de coisas abstratas como ideias e conhecimento.
  14. Em média, leva 66 dias para criar um hábito. Mas é muito relativo, depende muito da pessoa e da ação. Pode levar de 18 a 254 dias!
  15. Competição é estimulante, mas só se for contra poucas pessoas. Muitas pessoas inibem a motivação e prejudicam o desempenho.
  16. Só é possível manter uma relação próxima com no máximo 150 pessoas. (Teoria de Robin Dunbar)
  17. Pessoas que realizam atividades sincronizadas (como yoga, tai chi, artes marciais, canto) são mais propensas a se ajudar em atividades futuras e a fazer sacrifícios em benefício do grupo. Também são mais felizes!
  18. Rir é um ato mais social do que de humor.
  19. Mulheres riem mais do que o dobro dos homens.
  20. As pessoas conseguem reconhecer um sorriso falso, exceto em fotos. (e elas confiarão menos na pessoa, se reconhecerem.)
  21. Se você não consegue mover os músculos do rosto para ter uma expressão facial, também não irá sentir a emoção associada aquela expressão. (Sabe o botox?)
  22. Storytelling funciona porque gera empatia e aciona conexões emocionais, e emoções ativam parte do cérebro responsável pela memória.
  23. Cheiro é o sentido que mais gera emoções porque é o único que não atravessa o tálamo, parte do cérebro responsável por conectar duas áreas do cérebro.
  24. As pessoas superestimam suas reações. Por exemplo, se o evento é negativo, elas acham que ficarão muito chateadas e devastadas por um longo tempo. Se for positivo, elas acham que ficarão extremamente felizes por um longo tempo.
  25. Pessoas consideram uma viagem mais agradável vários dias depois da chegada.
  26. Os últimos acontecimentos de uma viagem afetam a memória de longo-prazo mais do que os do início e meio.
  27. Pessoas mais velhas têm mais dificuldades com tecnologia não por causa da idade,  mas porque carecem de background e experiência com dispositivos eletrônicos. Mas elas realmente tem maior dificuldade motora, como usar touchscreen, mouse ou jogar videogame.
  28. O inconsciente detecta o perigo antes do consciente. (Eis porque seguir a intuição pode ser bom.)
  29. Muitas opções atraem mais clientes. No entanto, poucas opções vendem mais. (Estudo: 3% das pessoas que pararam na gôndola com 24 opções compraram contra 31% das que pararam  na gôndola com apenas 6 opções.)
  30. Ter opções significa ter controle, por isso as pessoas adoram variedade. Mas opções demais dificultam a tomada de decisão.
  31. Economia de tempo vende mais do que economia de dinheiro. Não só atrai mais clientes, mas como pagam mais pelo produto/serviço. (exceção: produtos como carros e roupas e clientes que valorizam bens acima de experiências)
  32. Pessoas de bom humor irão valorizar mais um produto se guiadas pela emoção.
  33. Pessoas de mau humor (raiva, tristeza, etc) irão valorizar mais um produto se guiadas pela razão.
  34. Equipes tomam melhores decisões se começarem a reunião com uma informação relevante em vez de opiniões individuais. Ex: “leiam o relatório e digam o que acham na reunião.”
  35. A melhor forma de reconhecer um líder em um grupo é ver quem será o primeiro abrir a boca.
  36. Mostrar o produto real é muito melhor do que usar texto, foto, amostra grátis ou o produto atrás de um vidro. Eu disse MUITO! (gráfico)

O preço de deixar para depois

“Daqui a um ano você vai desejar ter começado hoje.” (Karen Lumb)
Essa é uma das mais poderosas frases que li nos últimos meses. É muito comum ouvir “ah, se eu tivesse começado antes” ou “se eu pudesse voltar no tempo…”. Bem, você não pode, mas pode parar de procrastinar e começar a fazer agora o que sempre quis. Ou se arrepender amanhã, daqui um ano ou dez.
Eu estou sempre procurando maneiras de melhorar a minha vida, estar sempre aprendendo e progredindo. Mas isso requer uma grande habilidade de começar coisas, e começar é difícil pra caramba! Somos mestres em desculpas e nos acomodamos tão facilmente que acrescentar algo novo à rotina requer quase uma disciplina ninja. O último livro Seth Godin faz um ótimo trabalho nesse sentido. Vá em frente! Dê a cara a tapa! É normal ter medo, fracassar faz parte, mas se você continuar fazendo isso, um dia chegará lá.
Um artifício que uso pra avaliar o que devo começar agora e o que deixar apra depois é se, daqui a um ano, estarei arrependido se não o fizer. Suzy Welch criou um ótimo método que batizou de 10-10-10, o qual ajuda na tomada de decisão ao responder: qual o impacto que isso terá na minha vida em 10 dias, 10 meses e 10 anos. Certamente, há mais coisas que você quer e precisa fazer do que consegue fazer. O tempo é curto e o mercado não espera ninguém. Então, é preciso definir prioridades, algumas são mais urgentes do que outras, algumas são mais difíceis outras mais fáceis, algumas são mais longas enquanto outras podem ser feitas rapidamente. Priorize! Mas o que eu realmente quero enfatizar aqui é: faça o que você tem vontade! Faça o que sua intuição diz para você fazer, sem medo. A pior coisa que se pode fazer é não fazer nada. Aliás, não fazer nada é uma decisão — a pior de todas.  Tudo bem em pegar leve depois de terminar a faculdade ou deixar um cargo estressante, afinal você vai precisar de energia para fazer as coisas com entusiasmo, mas faça como os atletas; pare o suficiente para recuperar o fôlego e dar o seu melhor. Em outras palavras, passe muito mais tempo dando duro do que pegando leve. Eu costumo dizer que eu não sofro de preguiça, mas de inércia. Quanto mais tempo fico sem fazer nada, mais eu quero ficar. Se me mantenho ativo, é muito mais fácil manter o ritmo. [Artigo complementar: "Pequenas regras para ação"]
Colocar os planos em ação pode ser complicado porque envolve riscos. Geralmente tem muita coisa em jogo, desde uma dificuldade financeira até vínculos emocionais a um lugar ou pessoas. Se começar tem um preço a ser pago, não fazer nada também tem e esse é muito mais pesado do que a maioria das pessoas conseguem pagar. Como em um investimento, o preço final costuma ser maior que o inicial. Você já deve ter escutado essa frase: “se arrependa do que faz, não do que não faz”. Isso porque não há como se livrar do peso da dúvida: será que a minha vida seria melhor se eu tivesse tomado aquela decisão? Por outro lado, quando você faz e se dá mal, só lhe resta aprender a lição e seguir em frente.
Ficar no sofá de casa nunca rendeu a ninguém um bom emprego ou um casamento feliz. Tanto no contexto profissional quanto pessoal, a vida parece recompensar aqueles que estão sempre progredindo e colocando seus planos em ação. Ou seja, começando, fazendo coisas novas. A velha briga do retorno a curto e longo prazo: deixar algo para depois, pode significar HOJE tempo livre, economia, conforto; mas o real preço a ser pago AMANHÃ pode ser mediocridade, estresse, arrependimento. Pare e pense: o preço que você terá que arcar no futuro irá compensar o fato de não ter feito nada (que gostaria) hoje?

Entrevista: Mídias sociais para gente grande

Acredito que a maioria dos profissionais que trabalham com mídias sociais possuem uma visão superficial da coisa, a maioria acaba se focando em tecnologia em vez de comportamento. Não importa se usamos Facebook para compartilhar, MSN para conversar, Tumblr para blogar, Instagram para fotografar… Há alguns anos usávamos o Orkut, o mIRC, o Blogspot e o Fotolog para exatamente as mesmas coisas. O importante disso não é o que usamos, mas como usamos.
Marc Schiller, profissional e estudioso de internet há 15 anos, deu uma entrevista falando sobre as mudanças que ocorreram nos últimos anos na forma como nos relacionamos, compramos e, por que não, vendemos.

Como as coisas mudaram no marketing nos últimos 15 anos com o surgimento dessas novas tecnologias?

Eu sempre observo primeiro o comportamento e depois a tecnologia. Eu não acho que o Twitter, como empresa, cria a maneira de usar o Twitter. Isso vem do comportamento das pessoas que usam. As tecnologias vêm e vão, o que permanece é a necessidade fundamental de ser ouvido, de se expressar e encontrar uma audiência que abrace sua paixão e ponto-de-vista. A internet sempre foi uma maneira de ter as mesmas oportunidades da mídia de massa, quando não se tem acesso a ela. Para ser ouvido, basta falar.
Hoje, nós temos a mesma cultura, mas o que temos de diferente é a integração total. Antes, você tinha que ir a um website, sala de bate-papo, fórum e eles eram bastante separados. Agora eles estão todos conectados a um só. Também havia uma grande desconexão entre experiência online e offline, e tinha aquela história de ficar perdido no ciberespaço. Isso, na verdade, nunca aconteceu devido ao surgimento do celular e internet móvel. De fato, nós estamos tirando mais das nossas vidas e compartilhando online, em vez de curtir o menos o mundo real.
As ferramentas mudaram, mas o comportamento não. Eles só ficaram mais fortes e acessíveis a um número maior de pessoas.

E sobre os influenciadores? Como eles mudaram?

Certamente, há mais deles agora. Acesso a ferramentas como Twitter, Facebook e podcasts; esse novo mundo deu poder às pessoas.
A maior mudança é como consumimos mídia. Heavy users estão selecionando que tipo de informação os atinge. O que eles estão fazendo é pegando de várias fontes — família, amigos, celebridades, blogs, jornalistas, mídia tradicional, RSS — e basicamente construindo sua rede de influência. Se notícias ou informações não me atingirem, não importa. Porque eu organizei tão bem as coisas com as quais tenho contato que, se eu não ouvi sobre algo, é porque não é importante.
Esse comportamento é algo novo. Esta ideia de “the feed”, é como aparar as arestas; você adiciona coisas novas e não quer informação demais, então corta os galhos mortos. Você confere o seu feed, seja no Facebook, Twitter ou outro e mantém só as coisas que quer.

Por que as pessoas querem tanto se expressar e como marcas podem tirar proveito disso?

A maioria das pessoas não têm a segurança que eles têm no mundo real, e eu sei que isso soa dramático, mas 90% da população não tem a confirmação de que eles estão sendo ouvidos. Eu acho que o que faz as pessoas se expressarem online é a necessidade de confirmar que eles têm valor. A razão das pessoas escreverem nas paredes é para dizer: “ei, veja, eu estou aqui! Eu sou uma pessoa”.
O que as empresas precisam fazer é reconhecer essa necessidade, e ajudar a satisfazer essa necessidade. As marcas que conseguem se aproximar dos consumidores são aquelas que celebram a criatividade, a presença da audiência. Estamos constantemente procurando novas maneiras de fazer isso. No campo do cinema, a maioria das campanhas de marketing são uma via de mão única. Aqui estão as nossas estrelas, aqui está a nossa mensagem e nós estrearemos nesta sexta-feira. A maneira que nós fazemos digitalmente é fazer dos fãs o centro da nossa campanha. Mostrar que nós estamos aqui por causa deles, e colocar um espelho na frente de quem vai amar nossos filmes.
O objetivo não é usar as mídias sociais como canal de distribuição, mas como uma verdadeira comunidade em que as pessoas estão envolvidas e vestidas com o sucesso do nosso produto. Embora isso possa parecer meio óbvio, ainda não se tornou uma norma.

A digitalização de tudo está levando os consumidores a mudarem quem eles seguem?

Nós precisamos trabalhar mais duro agora para assegurar que eles continuem comprometidos. Ao final do dia, é escolha, e a quantidade de escolhas que você tem agora significa que precisa usar seu tempo com sabedoria. No passado, nós não podíamos ser muito arrogantes, haviam apenas três canais de TV para assistir. Agora, existem 5.000 e mais a internet. Eu não acho que a audiência esteja mais instável, eu acho que a audiência consegue discernir melhor hoje e abandonar mais facilmente o que ela não gosta.

Pequenas empresas que não podem arcar com propaganda tradicional podem contar apenas com as mídias sociais para fazer marketing?

Mais e mais, a resposta é sim. Eu penso que eles precisam de um bom produto, comprometimento e paixão. Dinheiro não pode comprar paixão, e essa é a mais poderosa arma do marketing. Eu quero criar um ambiente que gere paixão, e então amplificar essa paixão. Pequenos negócios são mais comprometidos com seus produtos e clientes do que qualquer outra, e eu acho que quanto mais eles refletirem os seus valores e cultura, mais pessoas irão responder e fazer parte disso.
Como profissionais de marketing, nós precisamos contar histórias. Se nós documentarmos a nossa jornada e as pessoas vierem juntos nessa jornada, o comprometimento que eles terão será gigantesco. A chave é criar uma narrativa e deixar as pessoas fazerem parte dela. Deixar elas realmente afetarem a narrativa. E isso é o que social media marketing é; criar uma narrativa que qualquer pessoa possa participar. Como toda grande narrativa, há tramas, reviravoltas e coisas inesperadas. E se você fizer bem feito, sua audiência virá junto e vestindo a camisa do seu sucesso.

12 mensagens inspiradores do Buddha para 2012

Todos os anos, dedico o último post do Pequeno Guru ao novo ano com uma mensagem de reflexão. Ao longo desse tempo, percebi que a vida pessoal é tão ou mais importante do que a profissional e que é muito difícil ser bem-sucedido no trabalho sem ser feliz em casa.
Especialmente em 2011, trouxe vários artigos voltados para o auto-desenvolvimento que acredito serem capazes de nos tornar pessoas melhores, e claro profissionais melhores.
Uma das maiores fontes de sabedoria e crescimento pessoal que eu conheço é o Buddha. Independente do que você acredita (eu não sou budista), seus ensinamentos como líder espiritual são de grande valia para todos nós seja qual for a sua religião. Coisas como saber esquecer e se libertar do passado, adquirir conhecimento, bondade, ter iniciativa e amar a si próprio. São valores praticamente universais e que a maioria de nós esquece de por em prática.
Então, desejo aos meus queridos leitores, um 2012 de crescimento pessoal e profissional na mesma proporção. Espero que essas mensagens sejam tão inspiradoras para você como são para mim.

1. “Não viva no passado, não sonhe com o futuro, concentre sua mente no presente momento.”

Eu vejo a maioria das pessoas são nostálgicas demais, mas pergunte e elas dirão que não. Começar um novo ano é uma oportunidade de fazer algo novo, não seja limitado por lembranças de momentos prósperos ou planos frustrados que, por algum motivo, deram errado. Faça acontecer. Não amanhã, hoje!

2. “Existem apenas dois erros a serem cometidos em uma jornada; não ir até o final e não começar.”

Isso é tão verdade, que Seth Godin escreveu um livro sobre não ir até o final (“O Melhor do Mundo”) e outro sobre não começar (“Poke the Box”). Desligue o pensamento do “isso não vai dar certo”, pessimismo nunca foi característica de pessoas bem-sucedidas. E se você é daqueles que chama isso de “realidade”, vale dizer que pessoas realistas demais, que nunca sonham, também não conquistam grandes coisas.

3. “Se tudo é conquistado em sonhos, irá desaparecer também como um sonho.”

Mas apenas não sonhe, aja! Aliás, esse talvez seja o único problema de sonhar. Ficar preso nele. Um passinho de cada vez e um pulinho de vez em quando é tudo que você precisa.

4. “Não acredite em nada que você lê, ou em quem diz, não importa se eu disse; a menos que isso faça sentido para você e o bom-senso.”

O legal de ler blogs é que você lê opiniões, não vereditos. E é com a análise crítica de uma opinião que você deve receber tudo. Seja a ordem de um chefe, o conselho dos pais ou os argumentos de um especialista. Se não faz sentido pra você, conteste. Está de acordo com os seus valores? Você acredita realmente ou apenas não quer criar atrito? Ser crítico não é ser chato, é ter opinião própria.

5. “Educação é um guia, conhecimento é a chave.”

Análise crítica — e outras habilidades — dependem da educação que você recebe da escola, pais, pessoas a sua volta e do conhecimento adquirido com elas. Educação é o começo, mas o verdadeiro fim é o conhecimento.

6. “Conforme você semeia, você colhe.”

Trabalhe duro e suba de cargo; trate as pessoas bem e construa um bom networking e funcionários comprometidos; cuide da sua namorada e ela não o deixará;  semeie alegria e colha felicidade. Tudo que vai, volta, de uma forma ou de outra.

7. “Não existe glória em uma pessoa preguiçosa, mas bem apresentável.”

Aparência não compensa bom caráter ou comprometimento. Evite julgar as pessoas pela roupa ou beleza (ou falta dela). Ela pode ser a sua melhor opção.

8. “Fracasso ensina o homem como obter o sucesso.”

Fracassar é um saco, mas é a única maneira de alcançar a excelência e conquistar grandes coisas. O erro nos força a reconhecer pontos-negativos e a trabalhá-lo. Quem perde nunca esquece; se você não desistir, estará em vantagem em relação aqueles que se vangloriam de nunca ter errado.

9. “Paz vem de dentro. Não busque fora.”

Alivie a mente da pressão do mundo exterior. Aqui vão algumas dicas: pegue leve com você, não espere tanto dos outros, dê mais valor ao que você tem, aprecie as pequenas coisas da vida, seja menos materialista, aproveite o hoje!

10. “Chorar com os sábios é melhor que rir com os idiotas.”

A sabedoria começa em escolher bem os seus amigos.

11. “Todo trabalho honesto é um trabalho honroso.”

Talvez você esteja descontente com o seu trabalho atual, talvez você fizesse alguma “loucura” se ela lhe pagasse melhor. Mas você sentiria bem? Lembre-se que a paz vem de dentro. Eu já conheci vendedores de bala mais admiráveis do que executivos de empresas. Entre os dois, com certeza eu não me espelharia no executivo.

12. “Hoje é melhor que dois amanhãs.”

O ano novo está chegando, e ele será melhor que 2013 e 2014… pelo simples fatos dele estar bem a sua frente.
FELIZ 2012 !!